O rapper Kyan falou através das suas redes sociais, um assunto bem interessante e que é pouco abordado por artistas.
Kyan disse pelo Twitter que os artistas da favela conseguem fazer 40 milhões de visualizações, e ainda sim continuam pobres. O assunto não repercutiu o suficiente para gerar burburinho, mas foi o suficiente para entendermos que é um assunto que incomoda.
"Brasil é o lugar onde uns artistas que saem da favela fazem mais de 40 milhões de views em músicas e continuam pobres, por falta de educação, informação e por ser muito inocente diante das produtoras."
Vale a pena ressaltar que não só o Kyan vem abrindo o olho do público, para com essas atitudes de produtoras oferecerem contratos absurdos, que são vistos como "justos" por empresários. Além disso, muitos comentários no Twitter pediam que o rapper fizesse algo parecido com o mercado americano, sem saberem que o mercado americano é ainda pior. As gravadoras exigem contratos 360.
O contrato 360 é a forma que as gravadoras passam a também ter participação em todas as atividades do músico. Sendo assim, eles expandem a forma de ganhar dinheiro com a imagem do artista, não focando apenas nos lançamentos, mas também em imagem. De fato parecer ser algo benéfico para um artista que está começando, mas o sonho pode virar pesadelo, visto que os artistas não tem controle total dos licenciamentos de tudo que os mesmos estão envolvidos. Sendo assim, a gravadora arranjou uma fonte inesgotável de renda, contanto que o artista continue fazendo sucesso.
Um exemplo forte do que o rapper Kyan trouxe, é a rapper Nicki Minaj, que é a referência no mundo do rap. Ela possui total controle dos seus licenciamentos, e continua sendo a rapper mais bem paga de todos os tempos.
"Mesmo naquela época, eu acreditava em mim o suficiente para não assinar um contrato 360", tuitou a rapper em seu Twitter.
É inegável que o assunto em pauta gera um desconforto, já que os contratos irão continuar existindo, ainda que seja injusto e ilusório. Kyan fez certo em alertar, por mais que corra risco de sofrer um boicote por tocar em um assunto cauteloso.
Em suma, concordamos com os argumentos do rapper, e esperamos que outros artistas não assinem este tipo de contrato, para não terem surpresas desagradáveis ao longo do caminho.
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